Era grande demais para sufocar dentro de si.
Começou pelas pontas dos dedos e foi subindo-lhe o braço,
passou pela garganta arrebentando-se em forma de grito,
subiu a cabeça revoltando os cabelos escarlate,apertando-lhe os olhos,
tampando os ouvidos.numa velocidade descomunal despencou...
roubando todo o ar dos pulmões,atravessando o estomago, congelando-o, afrouxando as pernas, tornou-se leve como uma pluma.
Parecia dançar sobre as nuvens de algodão a música muda que era só dela. uma descarga elétrica incontrolável,era como se o próprio fogo corresse em suas veias...devastando cada mísero pedaço de seu corpo.
Até onde será que vai a insanidade,quando toma conta de teu ser essa tal felicidade?
Hora ou outra vou precisar renascer.
Não sei até quando esse útero conseguirá me acolher – há rachaduras nas paredes e o teto está criando buracos que dão pra ver lá fora.
Não é tão feio e frio assim, eu me lembro.
Nascemos da promessa-lembrança. Nos conhecemos pela afinidade que não existiu, pela curiosidade que não surtiu. Permanecemos estremecidos, distantes e aos nós, mas permanecemos. O que mais fizemos foi permanecer, porém o que menos fizemos também. Gosto desta incompreensão de nós e apesar da mania que tenho de não parar nunca de pensar nos detalhes, e, no por que disso daquilo e daquilo outro até os olhos pingarem feito chuva mansa e dormirem, eu prefiro nos entender assim: sem perguntas – era pra ser.

p.s.: Obrigada.